sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Os Caça-Fantasmas ensinam empreendedorismo

Ghostbusters: uma lição de empreendedorismo

Pode parecer loucura, mas o filme dos Caça-Fantasmas, lançado em 1984, traz pequenas lições de empreendedorismo. No filme, 3 cientistas fracassados resolvem abrir um negócio próprio e acabam passando pelos mesmos problemas que todo empreendedor enfrenta. Vale a pena assistir tendo os tópicos deste pequeno artigo em mente. Vejo este filme repetidas vezes, como fonte de inspiração.

No money, no business

O dinheiro é o alimento de qualquer negócio. Sem dinheiro, não há como um negócio, qualquer que seja, sobreviver. Para que sue negócio inicie é necessário fazer uma injeção de dinheiro, o investimento inicial, ou capital inicial como queiram os puristas. No filme, Ray Stantz hipoteca a casa que é herança dos seus pais. Uma jogada arriscada.
A verdade é que é preciso exercitar a arte do desapego. Todo o dinheiro que você colocar no seu negócio vai sumir nos primeiros meses de vida da sua empresa. Controle o caixa desde o primeiro dia, mas saiba que ele chegará bem próximo a zero. É importante criar oportunidades para manter o fluxo de dinheiro positivo, ou seja, dinheiro entrando no caixa.
No  filme o caixa chega ao vermelho. O primeiro cliente literalmente salva o empreendimento. Na vida real o primeiro cliente não vai salvar a sua empresa, mas vai jogar a primeira migalha no seu caixa. O ditado “de grão em grão a galinha enche o papo” não poderia ser mais verdadeiro.

Crie sua oportunidade

A oportunidade nunca vai bater à sua porta. Portanto, não fique esperando que ela venha. No filme os personagens criam a própria oportunidade ao inventar um negócio de eliminação paranormal. Além disso, fazem uma propaganda na TV, o que demonstra que é importante o investimento em marketing para que seu cliente saiba o que você faz e como faz para te achar.
O investimento em marketing não precisa lhe custar os olhos da cara nem ser sofisticado de início. No filme, os atores do comercial que veiculam na TV são os próprios donos do negócio. O importante é ter em mente que além dos gastos que você terá montando sua empresa você terá de investir, também, em marketing. Procure quem entende do assunto e não tente criar o marketing da sua cabeça. Certamente o que você pensar, se não for profissional de propaganda, será inefetivo e lhe custará caro.

Construa sua marca

No filme os Caça-Fantasmas constroem sua marca com base na sua folha de serviços, ou seja, com base na sua reputação. Afinal, eles efetivamente eliminam as assombrações dos fantasmas. Trata-se de uma maneira de construir a sua marca com base na confiança na sua capacidade de resolver um problema do seu cliente.
Esta deve ser a tônica do seu negócio, ou seja, atuar de forma efetiva junto aos seus clientes. Isto significa que você precisa atender seus clientes dentro da sua capacidade produtiva para ser efetivo. Vender mais do que consegue entregar é a melhor maneira de jogar toda a sua credibilidade na lama, transmitindo a idéia de que o seu negócio não é confiável. Há momentos em que será necessário dizer não aos seus clientes, mas deixe claro os motivos. Transparência é fundamental.

Trate bem o Estado

Por mais que você tenha suas convicções sobre o Estado, é preciso tratá-lo bem. No filme, o Dr. Venkman trata mail um funcionário público e recebe em troca a tarefa de livrar a cidade de um monstro de marshmallow de 18 andares de altura. O Estado não é seu amigo, principalmente por conta dos pesados impostos que são praticados no Brasil. Porém, não o queira como inimigo, pois a operação de uma empresa depende de vários serviços públicos e tratar mal o Estado é meio caminho andado para ter dificuldades hercúleas para tocar seu negócio.
Portanto, pague seus impostos em dia, por mais que doa no bolso. Mantenha o fisco longe do seu negócio pagando os impostos e agindo com retidão junto ao governo. Isso evita dores-de-cabeça sem fim, pois a sonegação pode levar o fisco a interditar sua operação causando um prejuízo que pode levar seu negócio a fechar as portas.

Delegue

No filme, o trio contrata Winston para ajudá-los na eliminação paranormal. Delegar é importante, principalmente quando a empresa começa a crescer. Você não tem de ser o centro das atenções. Quanto menos centralizado for, melhor. A empresa precisa andar por conta própria. Se houver centralização, sua saúde cedo, ou tarde, vai deixá-lo na mão.
Para que seja possível delegar é preciso criar mecanismos para tornar a comunicação efetiva e os procedimentos padronizados em sua empresa. Esta máxima é repetida por consultores como um mantra e quase ninguém dá atenção até que uma catástrofe acontece. Eu mesmo já ignorei esta máxima e o resultado foi ver a saúde me abandonando gradativamente. Junto com a saúde foi a produtividade que caiu imensamente.

Comunicação é essencial

As reviravoltas do filme são resolvidas pelo quarteto depois de muita discussão. Na vida real, a boa comunicação é essencial para o sucesso do seu negócio. A informação é o patrimônio mais valioso de qualquer atividade e deve ser tratada com seriedade. Quanto mais coesa e consistente sua comunicação, maior serão as chances do seu negócio dar certo.
É importante padronizar a comunicação para que todos comuniquem-se de maneira a facilitar o entendimento. No entanto, não ceda à tentação de burocratizar a sua comunicação. A burocracia engessa o seu processo e faz com que a informação demore mais tempo para atingir o seu destino.

Invista em marketing

No filme, os caça-fantasmas criaram uma propaganda na TV. A sua primeira cliente, Dana Barrett, chega até eles não por conta dos eventos assustadores que presencia em seu apartamento, mas por que teve a oportunidade de ver a propaganda na TV.
Sua mensagem precisa chegar até seu cliente. Seu cliente precisa saber o que você faz. Se você não investir em marketing, seu negócio tende a tornar-se uma cidade fantasma. Sem clientes, não há vendas. Sem vendas, não há faturamento. Sem faturamento não há dinheiro e o seu negócio afunda miseravelmente.

por: Ronaldo 
em: http://migre.me/cYAcu

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Marketing pelo e-mail

E-mail Marketing é a utilização do e-mail como ferramenta de marketing direto. É de extrema importância para o empreendedor na geração de tráfego e, principalmente, no relacionamento com os clientes. Criar e enviar uma email newsletter pode alavancar o sucesso de um negócio na Internet.
Diferentemente do spam, que se caracteriza pelo envio de mensagens indesejadas, é essencial ao e-mail marketing o consentimento do cliente, que pode ser explícito, quando ele mesmo opta por receber, ou implícito, caracterizado por uma relação evidente entre as partes.
Nesse sentido, as empresas que adotam o e-mail marketing têm uma série de benefícios:
- Em vez de esperar o interesse do cliente, a empresa pode encontrá-lo;
- O cliente interage imediatamente com a mensagem;
- É possível direcionar a mensagem por sexo, faixa etária e cidade, por exemplo;
- A mensagem pode ser facilmente personalizada com informações do cliente;
- O retorno da ação realizada é acompanhada em tempo real.
Diante de todos esses benefícios existem muitos programas no mercado que permitem a realização do e-mail marketing.
 

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Os riscos do empreendedor

A análise dos riscos deve levar em conta a probabilidade e o impacto de uma decisão

Todos nós corremos riscos o tempo todo. Ao sairmos de casa, podemos ser atropelados, fulminados por um raio ou simplesmente tropeçar e ralar o joelho. Se levássemos em conta todas as ameaças que sofremos, nem sequer sairíamos de casa. Na verdade, nem em casa nos sentiríamos seguros. Se nós conseguimos tocar nossas vidas diariamente, é porque sabemos que, apesar das ameaças que vivemos todos os dias, no fundo, a probabilidade de se concretizarem é baixa. Não é por acaso que, depois de lerem algumas estatísticas sobre mortalidade de empresas, poucas pessoas se aventuram na carreira empreendedora. Segundo levantamento feito por algumas instituições, o índice de descontinuidade de pequenos negócios é altíssimo nos seus primeiros anos de vida. Até pouco tempo atrás, 75% das empresas abertas não chegavam ao seu quinto ano de vida. Ou seja, a regra é quebrar, dar certo é a exceção. Diante disso, é normal que as pessoas nem cogitem o negócio próprio como alternativa de futuro.
Mesmo assim, a despeito das estatísticas, por que algumas pessoas resolvem empreender? Simples. O empreendedor tem uma visão diferente do risco que está correndo. Em primeiro lugar, ele não olha só o que tem a perder, mas, acima de tudo, o que tem a ganhar. São as possibilidades de ganho e os benefícios atrelados, como independência, autonomia ou propósito, que fazem a pessoa empreender. As possibilidades são bem maiores do que os prejuízos. Temos, portanto, dois elementos que explicam o fenômeno do risco: a probabilidade e o impacto.
A probabilidade é normalmente confundida com risco. Quanto maiores as chances de algo dar errado, maior a probabilidade e, portanto, maior o risco. Pode ser um elemento importante, mas não é o único. A sua probabilidade de tropeçar caminhando de olhos vendados é alta, mas, se o impacto é baixo, você até se arrisca, ou seja, você não vai perder a vida a não ser que resolva atravessar uma rua movimentada. Por outro lado, a probabilidade de um cofre cair na sua cabeça ao andar na praia é baixíssima. Embora o impacto seja alto - a perda da vida -, você nem considera esse risco porque a probabilidade é baixa.
Quanto ao impacto, a maioria das pessoas acha que ele é o que se perde ao enfrentar uma situação. Mas o empreendedor considera impacto a diferença entre o que se ganha e o que se pode perder, se algo der errado. O impacto mede os resultados de assumir um risco, que pode ser positivo ou negativo. Assim, andar em um quarto escuro representa o risco de tropeçar e se machucar. Ninguém faria isso a troco de nada. Mas, se a luz tiver acabado e a vela estiver guardada naquele quarto, o benefício de ter um pouco de luz poderá compensar a probabilidade alta de tropeçar. Tanto o impacto como a probabilidade são relevantes na determinação do grau de risco.
Mas a análise de riscos não se resume à conjunção desses dois elementos. Existem outros que devem ser considerados na análise: a incerteza, a complexidade, as ameaças e as ações alternativas.
Incerteza: muitas vezes, devido à falta de informações, você não pode determinar o grau de risco. A incerteza também pode ser atribuída a outras causas, como excesso de dados, informações de veracidade duvidosa, fontes sem credibilidade, dados contraditórios, excesso ou falta de racionalidade e excesso ou falta de influência emocional. Quanto maior a incerteza, maior é a chance de algo inesperado acontecer. Saber que existe uma vela no quarto escuro mostra que vale a pena correr o risco. Se eu não sei se existe uma vela lá, mas entro no quarto e tropeço, o risco foi alto mediante o benefício inexistente.
Complexidade: é a quantidade de variáveis que influenciam a atividade. O risco é diretamente proporcional ao número de variáveis. Um projeto de organizar as próximas Olimpíadas, por exemplo, possui um grau de complexidade maior do que organizar um passeio com a família. Essa complexidade se deve à quantidade de pessoas, empresas, tempo, orçamento, espaço, ações, recursos e outros fatores que são considerados no projeto. Quanto maior o número de variáveis, maior a chance de uma delas dar errado. Note que a complexidade também deve ser analisada junto com a incerteza, mas uma coisa não necessariamente influencia a outra. Assim, mesmo que você seja o líder do comitê que organiza as Olimpíadas há 20 anos e o seu grau de incerteza seja mínimo, a complexidade do evento é que determina que o risco é alto.
Ameaças: todos nós assumimos algum tipo de risco. Dormir, comer e andar é arriscado, mas não tanto quanto saltar de paraquedas ou atravessar correndo uma estrada movimentada. Assim, o próximo elemento da análise de riscos é a ameaça - aquilo que gera o risco. Andar é arriscado porque podemos ser atropelados, assaltados, levar um tiro etc. Essas são as ameaças. Por isso, a mesma atividade pode ter baixo risco em um contexto e alto risco em outro. Dormir pode ser uma atividade de baixo risco se você estiver na sua cama, mas pode ser de alto risco no relento de uma floresta.
Ações alternativas: o último elemento relevante da análise de risco é a ação alternativa, ou seja, o que se faz para eliminar ou minimizar o risco. Muitas vezes, o custo para executar uma ação nesse sentido é maior do que correr o próprio risco. É possível, por exemplo, construir uma casa totalmente livre de risco de desabamento? Sim, sobretudo se houver investimento em um bom projeto estrutural. Mas como garantir 100% da qualidade da matéria-prima? Como evitar inundações, terremotos e outras intempéries de baixa probabilidade? Essa análise só pode ser feita quando há um bom balizamento entre a proporcionalidade do risco e da ação de prevenção correspondente, um tipo de análise custo-benefício. Quanto mais formas de reduzir ou eliminar os impactos, a probabilidade, a incerteza, a complexidade e o número de ameaças, menor o risco.
O empreendedor é às vezes tachado com o rótulo de "jogador". Expressões como "apostar todas as fichas", "ou tudo ou nada", "tomador de riscos", usualmente aplicados ao perfil empreendedor, só ajudam a reforçar essa imagem. É um erro achar que o empreendedor aceita e busca o risco. O empreendedor não é um aventureiro. Ele nem sempre assume riscos, ele sabe ponderar todos os prós e os contras e, mesmo assim, quando assume o risco, faz o que pode para minimizá-lo.
Veja o seu negócio, por exemplo. Analise o risco de um fornecedor quebrar. Qual será o impacto no seu negócio? Que prejuízo representará para o seu produto? Qual é a sua dependência dele? E a probabilidade de ele quebrar? Veja como está a situação financeira e a credibilidade dele. Use os mesmos critérios para analisar outros riscos: de perder um cliente, de formar uma parceria, de exportar um produto. Os riscos estão por toda a parte, mas, usando os critérios certos, você saberá qual merece atenção especial. O que você não pode fazer é ter medo de todos e vacilar na hora de tomar decisões importantes.
* Marcos Hashimoto é professor de empreendedorismo do Insper, consultor e palestrante (www.marcoshashimoto.com)
em: Insper

sexta-feira, 16 de setembro de 2011